Helena K., alma de imigrante, manifesta nas suas poesias as dores e angustias de uma raça oprimida e de uma realidade sem liberdade. Helena se identifica com o seu povo sofredor em busca de paz, prosperidade.
ATIVISMO
Quando estou triste e só, e pensativa assim,
É a alma dos ancestrais que sofre e chora em mim.
A angústia secular de uma raça oprimida
Sobe da profundeza e turva a minha vida.
Certo, guardo latente e difusa em meu ser,
A remota lembrança dos dias amargos
Que eles viveram sem a ansiada liberdade.
Eu que amo tanto, os horizontes largos,
lamento não ser águia ou condor, para voar
Até onde a força da asa alcance a me levar.
Ante a extensão agreste e verde da campina,
não sei dizer por que, muitas vezes sentí
Saudades singular da estepe que não vi.
Pois, até o marulhar misterioso e sombrio
Da água escura a correr seu destino de rio,
Lembra, sem o querer, numa impressão falaz,
O soturno Dnipró, cantado por Tarás...
Por isso é que eu surpreendo, em alta intesidade
Acordada meu sangue, a tara da saudade.
Helena Kolody
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